quarta-feira, 12 de abril de 2017

Uma coisa leva à outra

Imagem do Google.imghp
Por volta das 16 horas de uma quinta-feira qualquer, dessas que o sol continua se pondo como antes – maravilhoso, por sinal – os ônibus estão cheios e os carros estão vazios, resolvo sair de ônibus depois de tantos meses acostumada a andar só de carro, o dia inteiro. Caminho uns 300 metros até chegar à parada de ônibus e desde então, inúmeros pensamentos desconexos, mas relacionados entre si, se formam em minha mente.
Já cheguei onde havia de chegar, mas enquanto não chegava, esses pensamentos multiplicavam-se em minha mente numa velocidade incontrolável e ali naquele ônibus cheguei às insanas conclusões ‘meditacionais’:


1.       Acho que os filósofos da antiguidade andavam de ônibus;
2.       [...] ou se não andavam gostariam muito de andar caso vivessem nos dias de hoje;
3.       Todo mundo que anda de ônibus é, inevitavelmente, um pouco filósofo. Nem que não queira.
4.       Se a pessoa AMA andar de ônibus ou pelo menos encontra mais vantagens que desvantagens e a maior parte das vantagens envolve mais a sua interação interna do que externa, com certeza essa pessoa é totalmente filósofa, mesmo que não saiba.
5.       Se o percurso não tem fim, a mente não para nunca. Tudo e qualquer mínima coisa torna-se um assunto a ser discutido consigo mesmo, por mais banal que seja.

Essas são apenas algumas conclusões tomadas em meio a pensamentos distintos, mas eu me pergunto duas coisas:

1.       Se eu tivesse compartilhado desses pensamentos com outra pessoa, será que ela teria mais conclusões além dessas? Quais seriam?
2.       Será mesmo que eu ia filosofar tanto se eu não tivesse sozinha? Ou se eu tivesse com um livro ou conectada a meu celular?

Assim que cheguei à parada, com a mochila nas costas e meu celular lá dentro, desligado, pensei: “São muito sozinhas as pessoas que andam de ônibus, pois não podem mexer no celular por causa do medo de assaltos.” Imediatamente outro pensamento meio que discordou desse anterior: “Mas quem anda de carro também não pode, não é permitido. As pessoas usam porque se acostumaram a corromper o sistema.” Daí o ônibus chegou e outros pensamentos se formaram.
Já são mais de 17 horas nesse momento que escrevo e AINDA são tantos pensamentos incontrolavelmente mais rápidos que o meu poder intelectual de articulá-los e meu poder físico de anotá-los, que a vontade louca que tenho é de enfiar as mãos no meu inconsciente e arrancar de lá tais pensamentos. Uma coisa bem sei, que esse é o tipo de texto que sempre me fará gerar novos pensamentos no ventre da minha insanidade mental.
A razão de tudo isso escrito é que eu pensei demais, muito mais do que se eu não tivesse saído de ônibus nessa tarde. E meu pensamento pegou um ritmo tão acelerado, que não freou quando do ônibus saí. Ainda estou em um borbulhar vulcânico de reflexões a respeito de tudo e qualquer coisa, porque uma coisa leva à outra.
Como o quê? Veja bem. Estou a mais de meia hora tentando explicar e não sai, justamente por causa disso, dessa tal coisa que titula esse texto.
Acho, já não lembro, que começou quando me veio à mente a palavra ‘preocupação’. E ela veio por dois motivos que eu não tenho certeza:

1.       Assim que entrei no ônibus, peguei o celular e fiz uma selfie. Enviei para um amigo e ele disse que eu guardasse o celular, por causa do perigo;
2.       O ônibus passou em frente a um estádio de futebol e eu me dei conta que hoje é um péssimo dia para voltar pra casa de ônibus, pois terá jogo, e isso significa insegurança.


De tal palavra veio a palavra “precaver” e a minha mente entrou em pane nelas duas, focando no prefixo ‘pre’, que é também prefixo da própria palavra prefixo. Que coisa louca! Melhor beber café, aquecer a mente e equilibrar os sentidos, pra depois retomar a prosa dessa noite fria de Abril. 


Um texto de Aline Menezes, criadora do Blog O Quarto de Aline
Ps.: Esse é apenas um texto para reflexão à respeito dos pensamentos que temos quando estamos sozinhos e desconectados do mundo virtual.
Ps.2: Reconheço que esse texto precisa de continuação.

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